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segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

MÚSICA LIGEIRA

A corda vibra e dá vida ao som

Acorda! Vibra e dá som à vida!

Acorde não se constrói com uma corda que está só

Acorde! Da trama da vida estreite o laço e desate o nó  

 

Fernando Gonçalves de Sousa

terça-feira, 11 de novembro de 2008

O coletivo particular

Era mais um dia comum. A estação já recebia um grande número de pessoas às 6 da manhã e eu já estava pronto para receber o “desumano” calor do já surrado trem que me transportaria ao lado claro da metrópole.
Liguei meu discman e comecei a minha viagem particular. As músicas me transportavam da letargia à euforia, da raiva à doçura, na dinâmica de um sobe e desce de passageiros a cada estação. Pensava no tempo em que tocava com meus amigos sem a menor preocupação musical, a cerveja gelada e a confraternização eram a maior inspiração. Baldeava para o ônibus da escola primária, que mais parecia um interestadual pelo tempo que passávamos falando e fazendo bobagens. Logo crescemos e passamos a tomar o coletivo para ir a escola, às vezes descíamos pela porta de traz para jogar fliperama com o dinheiro da passagem, (era bem mais excitante que o Atari) e não creio que a CMTC tenha falido por uma ou outra travessura adolescente.
Não tinha muita consciência, ela só veio com a faculdade. E na esteira veio o Metrô companheiro de tantas leituras, estudos e tarefas emergenciais - talvez um dia faça uma estatística pra medir as horas dedicadas à minha biblioteca sobre trilhos.
Porém, enquanto meus ouvidos seguiam ocupados, meus olhos registravam rostos cansados que se fundiam ao metal opaco dos vagões, servindo passivamente de transporte àqueles que conseguiam sorrir por conta das cartas, das músicas, da fé ou de qualquer meio que as fizesse pensar que o destino imutável é somente o itinerário dos trens da CPTM. Pois nós que temos na imaginação um refúgio, já fizemos diversas viagens muito antes do astronauta Marcos. E não só à Lua, mas também à galáxias do nosso universo particular.

Fernando Gonçalves de Sousa

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Somos pó e do pó faremos a lama

Somos pó e do pó faremos a lama

Hoje eu acordei aos trancos e atordoado
Tive um pesadelo medonho
Pensei que o presente era o pó do passado
Vi dinossauros imponentes
Com seus pequenos cérebros e mentes
Bradando a ética perdida
Oh! Guardiões da democracia
Não eram vocês?
Que quiseram calar a poesia
Que exilaram a nossa alegria
Por que hoje se exaltam surpresos?
Contra a lama na qual chafurdaram
Contra as almas das quais se apossaram...
Após a luta operária brasileira
Sofreu nossa esperança a cegueira
Ao ver de perto a Alvorada...
Mas não seriam seus críticos
A cegueira fossilizada?
(Fernando Gonçalves de Sousa)

Falso Moralismo

FALSO MORALISMO

Estou farto dos e-mails moralistas
Dos papagaios de revistas
Dos filósofos globais
Cada dia um novo dono da verdade
Mártir da moralidade
Defensor da castidade
Envia-me um texto apócrifo
Dos pecados capitais

Estou farto dos hipócritas cronistas
Intelectuanalistas
De portentosos jornais
Que festejam na manchete
Com foto, texto e enquete
Viva a derrota dos conservadores
Chega de elite branca na America
Mas sofrem de saudades dos generais
(Fernando Gonçalves de Sousa)